blogsteiras

18 de janeiro de 2005


Depois que a gente vive um certo tanto de anos, parece que tudo vira rotina, tudo transcorre dentro de um certo grau de normalidade. Pelo menos parece..
Este ano, pelo menos, acho que não foi bem assim. Começou bem, legal, gostoso, com reveillon diferente dos anteriores, etc.
As coisas começaram a diferenciar mesmo ao chegar em casa. Logo de cara, assim que desci do carro perdi a chave do contato, justo eu que não sou de perder coisas.. Em seguida fui ligar o outro e descobri que estava completamente sem bateria.
Coisas da vida.. Dei uma saída na ultima sexta, fui no centro reabastecer-me das tranqueiras que só camelô do Centro tem e quando chego de volta em casa: surpresa!! A chave não entra na fechadura e qdo olho mais de perto o miolo da dita cai na minha mão.
Aí bate aquele friozinho na espinha, misto de "algo está muito estranho" e "la maison est tombèe".
Não deu outra! Entro e encontro a casa inteira revirada, começam as constatações tristes:
- a CPU sumiu;
-minha pasta tá aberta e revirada;
-o home teather e suas caixas acusticas já eram;
-a máquina digital estava aqui....
e de susto em susto, vamos constatando que fizeram um "rapa" na casa que só não foi maior porque, aparentemente chegamos enquanto o cara (ou caras) estava em plena atividade.

Entre chamar a polícia e ela chegar vamos constatando o tamanho do estrago ( e não foi pequeno). Tudo que sumiu, de um jeito ou outro, a gente se vira, se espreme e reconquista, da mesma forma como sempre fizemos, afinal nada caiu do céu e nada chegou a nós por termos roubado de alguem. Duro são as jóias, nem pelo seu valor material, mas muito mais pela história que cada uma carregava. Ninguem simplesmente "possui" uma jóia. Todas elas estão acompanhadas de um motivo, de um sentimento. Todas trazem junto um momento marcante de nossas vidas de forma tal que se as colocarmos numa ordem cronológica de sua vinda até nós, teremos a história de uma vida pra contar.

Como não sou de me deixar derrubar, quanto maior a cacetada mais depressa me levanto, vou repor cada item. Nossa história de vida estava contada nas coisas que levaram, mas tambem estão muito mais presentes e gravadas na mente e coração, de onde marginal algum poderá tirar.
Independente do resultado que puder obter, vamos espernear, vamos investigar, vamos processar, enfim, não vamos ficar no canto chorando as mágoas com também não somos Jesus pra oferecer a outra face. Não pelo surrupio de bens materiais, mas pela ousadia e desaforo de invadir meu canto.

Estou chateado, estou irritado, estou puto, estou rogando todas as pragas que posso imaginar e torcendo para que o infeliz que nos fez passar por isso apareça na minha frente podre. Pedindo ao destino que lhe encurte a vida ao máximo para que outros não tenham que passar por este sentimento de perda, frustração e impotência.

E, talvez, o desejo maior que eu tenha no momento é de que esse farrapo de escória saiba que, apesar do prejuízo, transtorno e desgosto que nos causou, não irá nos ver de cara triste, não irá nos ver caídos. Que saiba que o destino já nos estapeou outras vezes e, como agora, fazemos piada, rimos e nos concentramos em retomar nossas vidas. E estou certo que ele (ou eles) não terá cacife para chegar aos pés da força que temos.

Ah, sim!! Estou ensinando minha cachorrinha Betina a falar para que possa ser arrolada como testemunha quando a gente prender o vagabundo..... :)


Padu |

10 de janeiro de 2005


Puxa! Mais de mês sem escrever, quase esqueço onde estão as letrinhas já que no meu teclado sumiram quase todas...
Mas uma folga sempre é boa. Folga de micro, de casa, como dizem alguns "do entorno". E uma das coisas gostosas é, depois de aproveitar bem a companhia dos filhos (eram 2, agora são 4), aproveitar a mudança de ambiente, voltar pro nosso canto, pras nossas coisinhas, pro nosso cheirinho.
Não precisava vir junto esse verão de 40°, mas tem a vantagem de que, quando esfriar um pouquinho, a gente sente a diferença...

Mas vamos lá, começar outro ano, manter projetos antigos, criar uns novos, resolver problemas antigos e esperar com serenidade alguns novos.. E com certeza, relembrar as velhas alegrias convictos de que novas virão tambem. Por alguma razão obscura tem pessoas que retem na memória as situações ruins, capazes até de senti-las na pele com a mesma intensidade que vivenciaram na primeira vez. Deus foi generoso comigo em muitas coisas e uma delas foi me fazer com memória curta para tudo que me desagrada. Retem o suficiente pra aprender as lições mas não para ficar amargurado vivendo de sensações passadas. Tenho essa sorte de lembrar bons momentos, as muitas alegrias e a consciência que terei outros momentos tão bons ou até melhores.

Assim, sei que este novo ano trará novas alegrias, novos bons momentos, novas descobertas, um bom convívio com aqueles que amo... Talvez traga alguns dissabores, mas não serão suficientes para derrubar meu otimismo, muito menos a vontade de viver, aprender e amar...


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